SOLDAGEM POR EXPLOSÃO

SOLDAGEM POR EXPLOSÃO

A Soldagem por Explosão é um processo de soldagem no estado sólido, que é obtido a partir da deformação plástica superficial dos metais ocorrida após a colisão de uma peça acelerada, lançada em alta velocidade, contra outra através da detonação calculada de um explosivo. Nesta a colisão entre os dois materiais provoca uma deformação plástica superficial, suficientemente grande, para promover a união dos dois metais (Antunes, 2008). 

Nesse processo a solda é produzida em uma fração de segundo sem adição de metal. É essencialmente realizado a temperatura ambiente, no qual as peças de trabalho não são muito aquecidas. As superfícies em contato, entretanto, são aquecidas pela energia da colisão e a soldagem é conseguida pelo fluxo plástico do metal em suas superfícies (Bracarense, 2000).

A junta soldada resultante apresenta uma ligação de alta qualidade metalúrgica. Durante o processo de soldagem, várias camadas de átomos na superfície de cada metal tornam-se plasma. O ângulo de colisão entre as duas superfícies (tipicamente menor que 30°) força o plasma para frente da parte de colisão, de forma eficaz esfregando ambas as superfícies do metal e deixando-as unidas (Souriau PA&E, 2012).

Esta técnica de soldagem é mais comumente utilizada para unir chapas de aço de carbono com uma fina camada de material resistente à corrosão, tal como aço inoxidável, liga de níquel, titânio ou zircônio. Por causa da natureza do presente processo de soldagem, a sua capacidade de produzir diferentes geometrias é muito limitada. As soldas executadas devem ser simples em desenho geométrico. As geometrias de base que podem ser produzidos utilizando este método incluem placas e tubos (Welding Resources and Tips, 2012).

As deformações resultantes do processo de soldagem variam com o tipo da junta. Com este processo são conseguidas deformações imperceptíveis em várias soldas, e sem perda mensurável de metal. A soldagem é normalmente executada ao ar livre, mas também pode ser executada em outras atmosferas ou a vácuo quando as circunstâncias o exigirem. A maioria das soldas são executadas em seções relativamente grandes em área, porém existem aplicações de sucesso com pequenas superfícies (Bracarense, 2000).

A aplicação de revestimento com Soldagem por Explosão oferece vantagens sobre outros processos. Após o material ser soldado, este retém essencialmente 100% da sua densidade teórica. Técnicas de revestimento, que empregam a pulverização ou deposição com vapor, apresentam muito maior porosidade do que este processo (Souriau PA&E, 2012). Outra vantagem deste processo é que pode soldar grandes áreas em uma única operação de soldagem (Rakesh Adakane, 2012).

Esse processo pode ser utilizado na união de praticamente todos os metais e ligas que possuam ductilidade suficiente para não se romper durante a explosão. Industrialmente a Soldagem por Explosão tem sido muito empregada na fabricação de revestimentos internos de tubos (Modenesi e Marques, 2006).

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